Canção de Cecília na qual mais me contemplo:
Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre meu passo,
é distância perdida.
Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre meu passo,
é distância perdida.
Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.
Cecília Meireles. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2001.V.I e II.
Será que à partir de hoje, mais que ontem, ganha sua alma um ano a mais da mais jovial poesia? E o teu corpo se desvela, se versa, no verso de mais uma fantasia nesta real poesia de cada dia?
ResponderExcluirVinte e um e sete ganhando mais reticências de Alma e Corpo "..."
Feliz Aniversário
na "Canção Excêntrica"
do seu "Tempo, Vida, Poesia"...
Parabéns, Raquel.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluir"Vinte e um e sete ganhando mais reticências de Alma e Corpo "..."
FANTÁSTICO!!!!!!!!!!!
ADOREI SEU COMENTÁRIO!!!!!!!!
Principalmente pq foi nesta poesia de Cecília q tanto aMO!!!
Realmente! Tenho que mudar a descrição do meu perfil aki... :(
Periii... Como sabe q foi meu aniversário? Me conhce pessoalmente? Pelo orkut? face? Twitter? rs
Obrigada pelos parabéns, querida!
Sabe que sem eles meu aniversário não seria o mesmo.. Não seria tão belamente poéticO! =) HAPPY! HAPPY!
De nada, cara amiga poetisa, a felicitação que te fiz é apenas uma parca retribuição do imenso 'deleite' que seus escritos, pensamentos e poemas (im) publicados proporcionam-me à cada leitura, à cada dia, pois tão bem acolhido eu sou na convivência dos seus varais, merece-a portanto.
ResponderExcluirComo é que periií?! Pois, não pense não senhora em mudar a descrição do teu perfil, a não ser pra ficar mais rico de dados, ou, "de confissões". Pois em verdade, admito, eu é que sou um indiscretona incorrigível, é que a minha curiosidade...
Ah! não sei bem como te explicar, "só sei que foi assim", no inconsciente de uma canção excêntrica de peças tão íntimas. Ah, digo mais uma vez que não consigo me explicar ou me entender, mas bem que a estudante de psicologias aqui é você?
Abraço happy.
Soa uma trombeta apocalíptica
ResponderExcluirdando alvíssaras a nova reticência,
que oblíqua no seu corpo se induz,
se deduz, e na alma se seduz e se 'reduz' no mistério do nada ser,
a procura de espaço para o desenho da vida, recordando às nuanças do ser do corpo-espírito e celebrando o ventura por um novo compasso
em novo passo, à procura de espaço,
por um coração de aço, lasso,
às vezes em pedaço,
saudoso do que já não "faço"
e do que faz, arrependido...
Reticência que se revela e se oculta, que se celebra e se eleva, vai sincera e magnífica à procura de espaço para fazer o seu desenho da vida...
Felicidades, caríssima Raquel.
P.S.: Felicidade por mais uma primavera em pleno seio invernal, ou seria por mais uma reticência de alma e corpo?