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Mostrando postagens de junho, 2011

Citando ELISA LUCINDA - "Quanto Mais Vela Mais Acesa"

Um dia quando eu não menstruar mais vou ter saudade desse bicho sangrador mensal que inda sou que mata os homens de mistério Vou ter saudade desse lindo aparente impropério desse império de gerações absorvidas Desse desperdício de vidas que me escorre agora mês de maio. Ensaio: Nesse dia vou querer a vida com pressa menos intervalo entre uma frase e outra menos respiração entre um fato e outro menos intervalos entre um impulso e outro menos lacunas entre a ação e sua causa e se Deus não entender, rezarei: Menos pausa, meu Deus menos pausa.   ELISA LUCINDA

Que arte é esta?

Atesto. Arte é testa na parede. Arte testa a parede. Parede testa arte. Parede quebra testa. Testa derrama tinta na parede. Misturam-se arte e testa. Surge o Artesta do sangue sereno que jorra na parede. Mas, que arte mais dolorida é esta? Doar-te... (Raquel Amarante)

Comunismo verdadeiro

De que adianta ostentar os túmulos se uma mesma terra cobre os corpos. Só há diferenças entre os vivos. Só há comunismo entre os mortos. (Raquel Amarante)

Feminino de amor

Perguntei a um professor: _ E o feminino de amor? E ele disse tão sabiamente: Amor já é feminino...   (Raquel Amarante)

Carta não enviada nº 14 – Excerto do meu primeiro romance

Caro amigo Ernest , Há um conluio entre os meus personagens, não sei o que fazer... Acho que não deveria mais criar... Não tenho o mesmo gozo. Eles eram meus amigos, sabe... Os mais íntimos! Esforcei-me  para abdicar do meu direito sobre eles. Anseio por uma liberdade sem igual, dei a eles este meu sentimento, não era para estes se revoltarem! Entendo-os, a revolta é um indício da não passividade frente a liberdade, entretanto, hoje chego a uma tangível conclusão: Não basta dar liberdade depois de ter criado, eles querem ser livres-intocados. Apetecem a auto-criação, sofrem por não tê-la. Sofrem por temor à morte... Acho que a auto-criação lhes daria um sabor maior de controle, sabor este que nós deuses-escritores sabemos não ser possível. Eles,  amigo Ernest, querem  tocar na criação para experimentar a eternidade... No fim, o grande problema deles é com o avantesma da morte, esta, que sempre lhes aprisionará do dissabor do príncipe da incerteza, o tempo. Homero * *

Escurice Lispector

Se a palavra sangra o verso. É feminina! Vai homem abraçar seu protesto, que a mulher escreve mesmo é com a vagina. Escreve oh mulher no ápice da sinapse epiléptica. Escreve para além da forma estética. Escreve para além de qualquer forma... Na imensidão da quarta dimensão, diverge em nós, converge em nós, cega-nos! Tal clareia convidativa da fala hermética acende em nós, doce e poética escuridão do caminho que também é perder-se. Jazem poetinhas tolos. Jazem bárbaros e mouros. Ela, último espetáculo. Último crepúsculo. Da vírgula audaz. Do lirismo intacto. Da febre tão voraz de alma, de corpo, do existir para além dos dois. Sob sua palavra absorta, exorto: “Ou toca ou não toca” Mas se tocar, é morte em sentença apoplexia em aorta. Pois não se vive tamanho arroubo em vida medíocre. II Cai a noite escura Sobe estrela pura agora é a sua  hora. (Raquel Amarante) “Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria , isso pra mim é viver ...”  (Linha do Equador - Comp.: Djavan e C

Sede

                                                                         à Viktor Frankl De vazio em vazio se enche o copo de nada. (Raquel Amarante)