Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2011

Mulher

Ser o que não se pode ser avessa ao existir qual buraco que engole os passos qual vácuo, fissura que não cabe em si. Coser uma torneira no corpo só pra desaguar um poder frouxo, fingir um pouco de prazer com o outro só pra sustentar um lugar de sentir. A onipresença do falo conjugou ao corpo não fálico um lugar de anti-verbo e a palavra mulher fez-se vento como o próprio pensamento expatriado não conseguiu compor-se em corpo. O poder despojado do corpo fez nascer fluidez visceral e inquietante nos seios, vestidos e sentimentos e a mulher fez-se dançante, errante... no bravio mar de inconstância num amar tempestuoso... E toda falta de essência conduz-lhe a dançar qualquer música que se encarregue de tanger um molde de existência. Redundante é o vazio do ventre completude é o germinar do feto é o aceitar a falta é o afaga a dor do parto o partir do epitélio. Mas há seres oblíquos que abstêm-se de crias de faltas, de nexo... Longínquos desgostos...