Pular para o conteúdo principal

Nada a acrescentar: Sobre a morte

Apressa-te pra chegar
a nenhum lugar.
A vida sentada espera o trem
que um dia vem.
Tal qual a morte existe
se a palavra aqui persiste
é que o ponto vida não fez-se final.
Desconfio que a vida é finita
e a palavra, imortal.

(Raquel Amarante)

Comentários

  1. Nuooooooooossaaaaa!

    O visual ta muito diferente e muito bom!

    Impactante mesmo do que era para o que está.

    Parabéns!

    O poema também tem tudo haver com essa, digamos, nossa fase.

    Bjs!

    ResponderExcluir
  2. Mas, por que te 'apressar pra chegar a nenhum lugar'?
    Se, ora, mesmo não partindo, "sempre se chega, enfim..."

    Saiba que aprecio o lúdico e, por essa mesma desvairada condição, o lúcido jogo de paradoxos com que você tão bem tece com o pensamento e as palavras, e delas vai ouvindo e fruindo seus segredos transubstanciados em mortal e miraculosa poesia. Morte, Vida, Palavra...

    Morte, trem de inequívoca sorte
    leva ao derradeiro e definitivo norte:
    "nada a acrescentar: sobre a morte"

    Que é Nenhum Lugar!?

    Onde, já não se sabe,
    mas, em verdade, nunca se soube,
    se é a vida da palavra que existe
    ou a palavra da vida que persiste
    (...)

    ResponderExcluir
  3. Linda poesia, Raquel. Como sempre vibrando as cordas mais sutis da alma! Beijos!

    ResponderExcluir
  4. Que bonitas palavras
    a vida é finita realmente!
    Beijos

    JU

    ResponderExcluir
  5. Minha querida

    passei e gostei do que li e estou seguindo para voltar.

    Um beijinho
    Sonhadora

    ResponderExcluir
  6. Agradeço a visita de todos...
    Vamos ver o que eu posso fazer para ressuscitar este varal... :)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode fazer comentários mesmo sem ter uma conta do Google ou sem ter um site. Basta clicar em Nome/URL, colocar seu nome e comentar. Sejam bem vindos! ;)

Postagens mais visitadas deste blog

Será se...

Uma formiga agonizante na pia remexe as pernas como se pedisse ajuda. Luta para viver. Luta para escapar. Como se desculpar com uma formiga que escolhe um caminho que ela nunca imaginaria que pudesse lhe matar? O que leva essa distraída, essa louca dessa formiga a se aventurar num braço humano assim?! Seria pra fugir da água? Seria para fugir de outro tipo de morte? Perdoe-me formiga, quando dei por mim já lhe tinha esfregado minha mão direita sem jamais imaginar que lhe atingiria os órgãos vitais. Não, não me sinto alguém maior, superior, um deus capaz de recortar seu ciclo de vida. Na verdade, sinto uma fatalidade tão profunda que parece que era minha vida ali extraída. Na verdade, me dói, você viu! Você viu que eu tentei de modo bem desajeitado uns primeiros socorros. Eu tinha uma esperança enquanto você mexia os membros inferiores de que haveria possibilidade de reatar a vida, você lutou por ela! Quem diria, nem eu, nem você, que a vida findaria ali, no mais simples e nu do cotidia

Postal

Etiquetas não tenho nem nas roupas nem na mesa. Mas se eu pudesse minha vida seria uma encomenda rumo ao lado de lá com selos e carimbos de quem se encaminha de quem experimenta respirar novos ares novas crenças novas presenças. Etiquetas não tenho nem nas roupas nem na mesa. E às vezes, nem sinal a não ser dos pássaros a não ser dos gafanhotos a não ser das libélulas a não ser de Deus. e uma vontade de me endereçar ao espiral do mundo pra chegar a qualquer canto pra sentar em qualquer meio fio pra sentir aquelas saudades e voltar meia lua crescente pr'algum ninho. (Raquel Amarante)

Poemínimos

poefeminino Oscila na rima porque esse amor é de menina. poexagerado Amou errado deu-se todo. poemusicinternational Fui me buscar me achei nas canções que não sei cantar. Ando parado no sinal fechado poeansioso cheguei cedo à frente do medo. Estou errada quando estou certa de estar apaixonada. Estava apaixonada por sua saudosa imagem que agora foi pixada. Não sei se te limpo ou te deixo aí manchada. Cansada de sonhar foi ver telenovela ela era ela. Esta casa tem mais alicerces que eu. Teimosia Tomou algumas doses só não contava com uma lucidez que insistia. A gente finaliza muita coisa Mas não conclui nadinha. Tira a roupa que a roupa pesa e só quero a leveza do nosso amor. Tinha letra de pornô grafia amor pra dar em tempos de capital privado. Triângulo amoroso tenho a impressão que A3 é papelão. Não tem medo da morte porque não tem nem