Risquei vários traços
Cortes precisos, incisivos,
Fatias finas, frias,
Cirúrgica, lúdicas...
E a vida foi dividida,
Dissecada, desossada,
Compartimentada,
Departamentalizada.
Cada pedaço, a seu tempo,
Distribuído em momentos,
Ganhou cada qual sentimento,
Novo cometimento.
Vida própria, imprópria
Para o convívio – declínio
Tudo tão examinado,
Cada lado do quadrado!
Pobre anfíbio, pobre ambíguo,
Ora água, ora terra,
Ora inteiro, ora partido.
Saudade do tempo antigo,
Em que a vida era o que era:
Completa, inteira, contígua.
Mara Medeiros (Saiba mais sobre seu trabalho clicando em seu nome)
09.12. 2002
Tela: Nostalgia - De Sofia Dyminski (Saiba mais sobre seu trabalho clicando em seu nome.)
Maroca, minha amiga.
ResponderExcluirLeitura agradável sempre...
... leitura agradável... sempre.
ResponderExcluirAssim também a nós, cara Raquel, à medida que lemos vamos conhecendo e apreciando os versos de sua amiga Maroca. Por isso, nosso agradecimento.
Brincando seriamente com o poema de sua amiga Maroca, perguntamos confusos se a vida é uma pétrea ordem utópica, ou, se de fato ela realmente existe a nossa revelia, simplesmente.
E, se existe, o que é viver? Será um sonho não-sonho de fazer e não fazer que se faz vivendo e revivendo-se?
Isso não quer dizer que viver seja somente deixar-se tanger pelo acaso e força contingente da vida dando loas ao "deixar a vida me levar, vida leva eu", mas, bem ao contrário, que a vida em suas múltiplas e singulares expressões também guarda a melodia da escrita canção: viver é sonho, planejamento e ação.
"Ah, viver "cartesiano" que a tudo quer dá uma ordem e, loucura de razão ainda maior! vai a vida sistematizando, operando e reduzindo em racionalizadas e estanques caixinhas de propósitos-sentidos minimamente calculados, não sabe que a vida é muito grande, e que seu peso incorpóreo é incomensurável e que só cabe no infinito limite de ser ela mesma uma caixinha de surpresa!?"
P.S. I: Como é bom te ver novamente passeando pelo quintal e estendendo novas peças íntimas nos varais, acho até que o que o te impediu de lavá-las antes foram as benquistas chuvas que no fim de ano e início deste caíram abençoadas sobre o Sertão.
P.S. II: Perdoe-me, cara poetisa, se do espaço reservado e, certamente oferendado à sua amiga Maroca, eu avacalhei com uma maçante digressão sem pé nem cabeça.
Sory a você e a amiga homenageada também.
Lindo poema.A vida é movimento.Até a rotina que teimamos em estabelecer como permanente tem sua rota desviada quando menos se espera.É aí que reside a beleza da vida: a diversidade, a surpresa, o sonho, o revés e o recomeço.
ResponderExcluirParabéns pelo post.Um lindo domingo querida.Bjs Eloah
Que lindo!
ResponderExcluiruma boa semana!
Amiga,
ResponderExcluirIdentifico-me bastante com este poema...
A vida e suas encruzilhadas sempre me inquieta, em meio as possibilidades e destinos que nossos corações vão concretizando sem ver...
Mara tem uma coisa... Parece que ela já anteviu tudo... Parece que ela já sabe como a vida é... Fico extasiada com o que ela sabe sobre a existência...
Minha existência é tão trôpega de entendimento... Mara vai me elucidando caminhos poéticos e extra poéticos...
Amiga,
ResponderExcluirMe sinto sempre muito bem vinda neste varal quando vejo que vc se faz presente. Até mais presente que eu. Vc, meu maior presente. A poetiza mais nobre que me visita e me encanta com seu vanguardismo perceptivo poético...
Obrigada!
Eloah, saudades!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirObrigada por sua presença..
Carol, obrigada querida!!
ResponderExcluir:) Qto tempo...
Ah, a vida, amiga Raquel, quando se trata do tão belo presente que ela é até mesmo parece ser verdade sobre existirem mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe pensar, entender e crer a nossa vã filosofia de viver.
ResponderExcluirObrigada amiga pelas belas e calorosas palavras, mas, em realidade vc sabe, e talvez mesmo não queira revelar, que é a sua poesia uma árvore frondosa e de belos frutos em cuja sombra se acomoda os débeis ramos dos meus meus versos agarrados às suas raízes tal qual, tal qual...
Ah, "Vanguardismo perceptivo poético"... sei, rsrs
Parece que leu Lao Tsé, pois usa sua luz e diminui seu brilhantismo. Mas eu enxergo muito bem, tá...
ResponderExcluir