Minha vida esquemática
Esbarra sempre na matemática
do vazio da irresolução.
Necessidade de engenharia
de esquemas, fluxogramas e projetos
Enquanto o fluxo sanguíneo é controverso
E a alma fluída, vagueia pela “Vaga música”
Uso da canção como “ancoragem”
Para mais um esquema em memória frágil
Quero retornar a sentimentos através do acorde
lançado sobre minha audição.
Essa, tão
inaudível aos berros, aos pais, à multidão.
Gritos não são ouvidos.
(Raquel Amarante - 2010)
A vida é, das "ciências" inexatas, a coisa mais exata em sua inexatidão de ser, existir e de viver.
ResponderExcluirPerplexidade, descoberta e beleza tão intrínsecas à sua vida
que a gente às vezes até mesmo dúvida
da exatidão da vida.
No entanto, a gente a vive assim mesmo, e por isso mesmo,
do perdão de dívida, cuja credora
é a louca, imprevisível e generosa vida da infinita exponencial e impagável dívida de cada dia,
sem juros de dúvida
ou de implícito juramento de morte na vida na sublime inexatidão de viver vivendo...
Obs.: Ah, sua "audição tão inaudível aos berros, aos pais, à multidão" e a tudo aquilo que um dia quis indicar a mais mouca pressão pode ser ouvida seu anseio em destroçar e afundar âncoras, por um momento talvez tão opressivas, e do farol submerso ver sua alma zarpar por mares nunca dantes navegados e velejar pelas vagas no breve encontro de um porto seguro na "vaga música" da canção.
Mas não esquenta, relaxa, pois tudo ainda está no esquema, ó incompreendido ser, entre a adolescência que se finda e a maioridade que se inicia, nos idos de 2010.
"Tudo está consumado". A beleza de suas palavras transcende todo e qualquer momento...
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