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Mostrando postagens de junho, 2016

PRETA

Eu que não sei sua história me proponho a escutar Diga... Diga o que quiser dizer. (...) Seus afetos... Suas memórias... suas crenças,  alegrias, suas lutas suas sagas, suas iras, seus temores seus desejos,  poesias,  seus amores, suas revoltas, sua fé, sua origem tão pura simplesmente sua! Eu, que te desconheço não tenho do que lembrar não te faria notícia de jornal qualquer eu que nunca fui na tua pele - mulher eu que não perdi nada nesse jogo entre nascer e crescer eu que não velei  negros corpos filho - sobrinho - irmão - pai. Eu que não tenho palavras! (...) _ Eu tenho!    E lhe falo    quero celebrar o ayo de PODER SER PRETA!

Estranha

                                   à Thereza quando me dizem: estranha sinto-me dentro de um oculto vestido com abotoaduras dorsais incapazes de alcance alfaiataria manual, molde antigo. estranha, quando me dizem, sinto a imensidão desse adjetivo... sei que não caibo no pasto, na tendência vivo interrogando o porquê de estar vivo... quando estranha, me dizem sei que estou aquém do esperado feito vestido rasgado por anárquicas traças. quem me costura? quem curará minha loucura? sei também que eu me estranho como quem se olha no espelho                 no escuro                - vê o vão - guardo o incompreensível na lembrança escrevo na esperança de advir algum elo... desse já desbotado, mas belo - Mistério - -linho-onde-se-fia-inspiração- (raquel amarante) Salvador Dalí - 1945 - "Mi mujer desnuda"