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Mostrando postagens de 2016

Carta não enviada n XXI: Quer saber?

Elis, Quer saber? As escolhas aprimoram o escolher... Ou pelo menos indicam vicissitudes do desejo. Quem diria um dia, você, longe de todo castelo que te colocaram na busca de um forasteiro... Essas histórias têm o mesmo final. No cinema, no romance, no jornal... As águas identificam no moinho possibilidade de movimento, mas o moinho está lá, fincado, com suas raízes profundas. Como pode existir tantos calabouços fora do castelo? Calabouços, arcabouços, memórias frágeis e suas esperanças e apatias. Que a chuva não leve os sonhos nem as possibilidades de viagens. Que não sejamos indiferentes a nossas Saudades. Mas que não vivamos tão somente da fantasia de doces nos trôpegos do desse dar passagem... Stella Graal

Fim de Tarde

Leia esta poesia escutando esta canção:   Sons de Carrilhões - Choro das 3 A cigarra 'esberra' seu canto palerma nuvens esparsas no céu faber castell não chove, mas tem choro dedilhado. Eu poderia estar ao seu lado, sim, mas não, eu não tenho coração! O tempo é sanguíneo aqui, sem obrigação se vê obrigado a escrever, mais necessário que limpar fogão. Mais difícil, sobretudo, para quem não tem coração. Eu poderia estar ao seu lado, sim, mas não. Vivo a poeira do instante não limpado. Vida é coisa que vai ficando antiga, mas não condiz com verbo no passado. Já se foram as luzes e a noite é uma devoradora Onipresente, Comunista, Come gente! Estrelas brilham charmosas Danadinhas! Pra gente comum que nem sabe que são planetinhas... É Vênus de amor! É Marte de guerra! Ta tudo certo! Tudo na perfeita sincronia cósmica Lógica sem lógica e eu, Poderia estar ao teu lado, sim mas não, eu não tenho coração!

Carta não enviada nº 28: Paciência

Bento, Paciência! Dizem que é uma virtude. Nunca fui muito virtuosa... Talvez, mais virtual. Um dia eu aprendo a soltar mensagens na fumaça. Enquanto isso, apenas reflito meus crimes que não estão no código penal, mas que penalizam do mesmo jeito. Quando lhe digo que é melhor não mexer na caixa de escorpiões, é porque sei o que digo... Uma crença quase delirante e fixa de crer estar sempre certa nessas pequenas profecias do dia-a-dia. Já vi esse filme, sei onde vai dar. Quase que um conhecimento acumulado ao longo dos séculos, da memória genética, da ancestralidade herdada junguiana... Algumas certezas fundamentais... Como a certeza que tudo se transforma... Nada tende a ficar com está. Tenho essa coisa certa de não saber nunca o que esperar de você... Portanto, nada espero.  Stella Graal Saiba mais sobre esta e as outras cartas:  Sobre as "Cartas não enviadas" 

peça íntima cor de pele

eu que na distancia me projeto aceno no espelho diferença eu que me despi de toda crença fiz da entranha o mundo predileto. eu que nunca fui de olhar pro lado em tudo que vivi fui tão discreto eu que me embebi de todo o resto e escandalizei paredes do tablado eu que machuquei o lado machucado (da vida) por azar ou por necessidade de deixar escorrer alguma verdade de me despedir de alguma dor (comprimida) eu que vi nascer no corpo - uma atitude uma opção pelo anseio ser mulher eu que ainda não sei qual é que é o traço, o risco, o caminhar desta virtude eu que me mantive aprisionada numa prisão tão livre e sem celas eu que não compreendi – nunca! Elas... mas que sempre fui, assim, uma aliada eu que aqui estou só de passagem que nunca avistei onde ancorar ando tão assim, sem bagagem levo coração que é pra amar... (mas às vezes eu esqueço onde ele está!) (Raquel Amarante)

Sobre a Psicologia

*Queixa inicial (mãe): "Esse muleque dá muita dor de cabeça" Sobre a Psicologia, dizem: entender de cabeça saber o que se passa na cabeça mudar a cabeça? sem pretensão sem incisão sem bisturi digo: O que há na sua cabeça? _Boné Bom, né... _Sim, tampa o sol quente. É do Neymar! do Neymar?! _o jogador! Melhor que todos os outros! (o joga a dor melhor que todos os outros!) O que não cabe ao psicólogo? Cortar o mal pela raiz - pois não há mal! Bem e Mal é moral,  Cada sujeito se arranja de um jeito, Cabe sempre - Acompanhamento... (Raquel Amarante) Dia dos PSIS ta chegando - parabéns a todxs! 15/08/2016 19:51 P.S: Caso fictício pincelado de Real do ser Psi

Faz tempo que a gente não entende...

Faz tempo que a gente não entende... Não entende muita coisa dos jornais, da televisão, dessa coisa toda aí de operações... A gente nunca soube mesmo como operar na bolsa de valores, tampouco sabemos sobre as operações da intocável Medicina, fugíamos das operações matemáticas, muito menos de Ópera entendemos. Enquanto nossos impostos aumentam, nossas esperanças, por vezes, degringolam. Experimentamos o lado B do não saber como, talvez,  reverter. Como descobrir o Brasil novamente, de outra maneira.  Faz tempo que a bandeira quadrilátera-equilátera positivista entediou os ventos. Já meio parados, sem entender coisa alguma, argumentamos aqui e ali e dispersamos, levantamos o dia com alguma poesia de facebook porque não dá pra viver dessa gastura desse tanto de trem deslavado.  Sem gostar de alardes e diagnósticos modernos, sentimos a depressão maior (CID-F33) do Brasil nessas fontes líquidas de informações gasosas. Observamos as promessas de remediar esse adoecimento da nossa est

PRETA

Eu que não sei sua história me proponho a escutar Diga... Diga o que quiser dizer. (...) Seus afetos... Suas memórias... suas crenças,  alegrias, suas lutas suas sagas, suas iras, seus temores seus desejos,  poesias,  seus amores, suas revoltas, sua fé, sua origem tão pura simplesmente sua! Eu, que te desconheço não tenho do que lembrar não te faria notícia de jornal qualquer eu que nunca fui na tua pele - mulher eu que não perdi nada nesse jogo entre nascer e crescer eu que não velei  negros corpos filho - sobrinho - irmão - pai. Eu que não tenho palavras! (...) _ Eu tenho!    E lhe falo    quero celebrar o ayo de PODER SER PRETA!

Estranha

                                   à Thereza quando me dizem: estranha sinto-me dentro de um oculto vestido com abotoaduras dorsais incapazes de alcance alfaiataria manual, molde antigo. estranha, quando me dizem, sinto a imensidão desse adjetivo... sei que não caibo no pasto, na tendência vivo interrogando o porquê de estar vivo... quando estranha, me dizem sei que estou aquém do esperado feito vestido rasgado por anárquicas traças. quem me costura? quem curará minha loucura? sei também que eu me estranho como quem se olha no espelho                 no escuro                - vê o vão - guardo o incompreensível na lembrança escrevo na esperança de advir algum elo... desse já desbotado, mas belo - Mistério - -linho-onde-se-fia-inspiração- (raquel amarante) Salvador Dalí - 1945 - "Mi mujer desnuda"

Um país sem livros

Que pena! que a cena é de livros queimados. Muitas desesperanças couberam às paginas acolhimento. Muitas também lembranças da infância e suas nostalgias. Muitos amores e mágoas compondo sorrisos nos olhos de que lhes lia. Muitos desejos datilografados rimas paupérrimas, emoções insignes! Muita ressureição no terceiro, quarto ou vigésimo primeiro dia. Mas que pena! que a meta é cortar os punhos de quem escreve de quem permite pensar o peso como leve... de quem apoia a greve e não se cala na sala de jaula... Que pena! Que continuam inquisidores os tribunais, os parlamentos, os homo sapiens queimando o sexo com as palavras o sexo com as ideias porque não é simplesmente sexo por reprodução. por ser transa mesmo! por escorrer porra da letra! pela ejaculação espetacular de ideias! por orgasmos múltiplos de teorias safadas que se safam dessa moral hipócrita aturdida pelos livres digo, livros. Que pena! (Raquel Amarante)

Pousse à la femme (Empuxo-à-mulher)

Ao passo que sobe o elevador... é leve a dor ou ela eleva? a cada andar, até o oitavo. Impasse - tantos espelhos! Eleva a dor ou ela é leve? Leves cabelos Leves andares Ao passo que a nudez  se descabela, e a beleza dela  é bela - impasse! Não se nasce mulher - mas também Elo sê-lo ela, também ela sê-la s(elo) - postal - carta sem endereço senão o próprio sexo sem nexo - espelho convexo deslocaliza, desfoca, desvaria estranho sentido - entranhas sem razão, faz coração ser hipérbole  -   estranho   - conforme as leis    sem leis  do empuxo. (Raquel Amarante) Pintura do Gustav Klimt -  "Water Snakes II"

Versos soltos no espaço

Sou uma chuva de paradoxos que chove e seca os céus e terras. Céus e terras é tom tão religioso... que me regenero em ser barroco. Tão apegado ao deus-tempo Tão flagelado pelas horas que se repetem. Sou Maiusculamente Romântica Sentimental, escapista, do ideal. Namoro o medo do amor, mal secular... Inatingível. Confessional. Cá estou lá... Meu realismo é tão psicológico que vago pela imensidão de motivos e compreendo demais quem amo e quem não amo. Perdoo antes do erro. Conserto o que não está quebrado. Estou me curando desse assédio à perfeição E não pontuo mais direito Não grafo direito, não faço desenhos parnasianos. O modernismo me trouxe à desconstrução Sou um prédio em ruínas de estruturas sólidas... Calcadas no Bom, no Belo e Verdadeiro. Tenho sintomas de equilíbrio. Tenho breves estados ébrios Tenho ferozes causas! De tantas poesias e prosas, me endereço feito carta ao universo  desconhecido Sou eu e o mundo jogados no espaço e a alteridade das e

Mercúrio retrógrado e a chuva (Composição: samba)

Vem quando quiser, mas vem! Vem quando quiser, mas vem! A peleja diária de quem não te tem que lava a pele com lágrimas que colhe poeira nas rugas da terra Árida é a vida de quem não te tem. Vem quando quiser, mas vem! Vem quando quiser, mas vem! Nos céus o retorno de quem comunica que vem, se hospeda, fica à  vontade a casa é sua meu bem. Sei que não se limita fala a linguagem fluídica entra pra lá e pra cá alguns dizem "você não convém!" Eu te digo: Vem, quando quiser, mas vem! Vem quando quiser, mas vem! Vem quando quiser, mas vem! :)

Como é triste realizar um sonho

como é triste realizar um sonho. concluir o que                                                  de longe, parecia in al cansável. Mas que então, tornou-se real. e a realidade.... a realidade é dessas coisas cinzas realidade é coisa urbana nada mais concreto que o concreto cidade é um trem perturbador coisa que não sonha coisa que não dorme como é triste realizar um sonho. (raquel amarante)

Literatura Detox pra Janeiro

Estou um pouco atarefada abarrotada, longe... Foi Paulo Mendes Campos Emily Dickinson, Cacaso. Antero de Quental já limpou o meu quintal                             [misterioso... Impossível falar de mistérios sem citar Aquela Pessoa, O Fernando! fernando não é nome de poeta um mergulhador                                [viciado em lista telefônica. Estamos gastos Precisamos de coisas breves e leves Coisas curtas de Alice Ruiz para Leminski e de Leminski para Alice. O verão já chegou fritando óvulos Verão que as palavras refrescam as ideias... #bonsdrinks (Raquel Amarante)