Que pena!  que a cena  é de livros queimados.  Muitas desesperanças  couberam às paginas acolhimento.  Muitas também lembranças  da infância e suas nostalgias.  Muitos amores e mágoas  compondo sorrisos nos olhos  de que lhes lia.  Muitos desejos datilografados  rimas paupérrimas, emoções insignes!  Muita ressureição  no terceiro, quarto ou  vigésimo primeiro dia.   Mas que pena!  que a meta é cortar os punhos  de quem escreve  de quem permite pensar  o peso como leve...  de quem apoia a greve  e não se cala na sala de jaula...  Que pena!  Que continuam inquisidores  os tribunais, os parlamentos,  os homo sapiens  queimando o sexo com as palavras  o sexo com as ideias  porque não é simplesmente  sexo por reprodução.  por ser transa mesmo!  por escorrer porra da letra!  pela ejaculação espetacular de ideias!  por orgasmos múltiplos de teorias safadas  que se safam dessa moral hipócrita  aturdida pelos livres  digo, livros.   Que pena!   (Raquel Amarante)           
"Quem medirá o calor e a violência do coração dos poetas quanto capturados e aprisionados no corpo de uma mulher?" (Virginia Woolf)