Varal de peças íntimas por Raquel Amarante

Meu professor me deu uma equação e resolvi com primazia. Mas quando disse: _ Amanhã, resolva o mundo! Faltei a aula do outro dia. Eis no que deu! Agora é tarde... Só poesia... (Raquel Amarante) P.S: Editando poesias antigas.

Canção de Cecília na qual mais me contemplo: Ando à procura de espaço para o desenho da vida. Em números me embaraço e perco sempre a medida. Se penso encontrar saída, em vez de abrir um compasso, protejo-me num abraço e gero uma despedida. Se volto sobre meu passo, é distância perdida. Meu coração, coisa de aço, começa a achar um cansaço esta procura de espaço para o desenho da vida. Já por exausta e descrida não me animo a um breve traço: - saudosa do que não faço, - do que faço, arrependida. Cecília Meireles . Obra Completa . Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2001.V.I e II.

Acalma o verso sob o universo absorto imo e torto. Entro em transe e a porta range a vida é veloz lá fora. Vozes mesclam-se e o tempo parado na superfície da pele. Tudo me impele à permissividade deste silêncio. A existência cava buracos no instante eterno e a cinestesia acontece para outros momentos. Raquel Amarante 2011*

Minha grama é um capim. Minha grana é um capim. Raquel Amarante N. 2009*

Mesmo em Montes Claros quando se ama tudo é belo horizonte... Montes Claros - MG   Paulo César S. Soares  -  Panoramio

Os doutores são bons em ignorar o que eles não sabem. Os leigos são bons em ignorar o que eles sabem. Os estudantes são bons (...) os estudantes ainda não são bons em nada... Raquel Amarante N. 2009*

Tudo está nú, exceto o que motiva o nú. Raquel Amarante 2009*

Vislumbra cores, sons e seres Toca os inexatos saberes Trata do outro e do outro Não os limita, reflete o meio. Singulariza a experiência Pluraliza fazeres Faz Ciência... Literatura... Possibilita... Não cura. Emerge do convencional No marginal se consolida É duas, três ou mais... É vida pra quem a ela vai e pra quem nela c                             a                               i                                 . ponto de par ti da... Raquel Amarante 2011* 

Num movimento Sa n F Ô n iC O APARECEM e somem Aproximam...                            .   .   .   Afastam Deixam o ambiente                   externo                   Per               ma                        fu              do... E ointerno            vazi( )   nas la_cu_nas deixadas pela metáfora lançada que nos inquieta pela essência comum com a qual identificamos pelo silêncio que notamos quando não estão... pelo sentido que semeiam na ilusão. Raquel Amarante  2010*

Muitos querem chegar                                                                    LÁ                                                                                                        LÁ                       nunca é aqui!                                                                                                       LÁ                                                                      é aqui!                                              aqui! mas nunca aqui! Raquel Amarante 2009*

Você sabe o nome do carnaval oba oba fora de época de Mirabela? _claro, deve ser oúltimoeventoparaeuvisitarnomundo. Raquel Amarante *2009

Recomeço no verso pra ver se a vida vira ao avesso, dá salto mortal                                        pra frente carpado] e eu experimente um pouco de poDIum. Raquel Amarante (11/1/11)

A criança no papel desenha o limite. Seu limite é o céu, alaranjado da cor do eu expresso e livre no rabiscado. Raquel Amarante

Assumamos nossos erros enquanto Freud ainda explica. Raquel Amarante N.

Todo mundo nasce bom aí vem um sistema coloca todo mundo num tabuleiro e classifica: Uns como peões outros como cavalos alguns como torres outros como bispos uns como rainhas outros como reis e o pior, alguns como atleticanos! Raquel Amarante (2009)

Diante dos olhos desfila a vida como se fosse a última passarela quebrar o salto faz parte dela. Erguer-se e começar novamente é de todo prudente porque quanto mais saltos quebrados mais gastos com sapatos. Raquel Amarante (2007)

Amar e ser um ser sensível feito o mar que embarca toda gente mas que num enfurecer não mede e atira o que sente agride até suas margens. Raquel Amarante  2009*

Uma compradora apenas se aproxima toca sai com o produto na mão reza o vendedor que outra cristã veja uma outra nota, A loja lota. Raquel Amarante

do is qu a t ro s    e    i   s o       i        t     o românticos simbólicos modernos contemporâneos E eis a fartura. o desperdício! O torpor do vazio existencial de cada folha de papel O sabor niilista da falta de tempero. A quantiliteratividade. Raquel Amarante N. (2009)

Eu vim ao mundo sem nota fiscal sem manual de instrução Mas sou mais que especial Sou imagem de Deus na criação. Raquel Amarante N. (2007)

Clarice Mulher Sua prece Não é prece qualquer. Clarice Seu nome Não é nome de santo Mas transversalmente    Salvífico. Clarice Clara, sua tez Rara, sua insensatez   Mas, Clarice De toda tua incompreensão Compreendo Sou parte desta desorganização   Sou também de tua mão espectro Espectadora Lispector. Raquel Amarante N.

Uns venceram pelas circunstâncias Outros pelo talento; A maioria, Pela insistência. Raquel Amarante N.

O conhecimento assíduo ácido tácito perpétuo se comunica comigo. É pequeno, mas amigo. É veneno, explosivo. No papel, no pensar, no fazer, o conhecimento me faz crer no impossível. O conhecimento se alimenta do meu abismo. Raquel Amarante N.

O galo me acordou? Ou ser á que foi uma galinha Com crise de identidade! O amor me arrebatou? Ou será que foi a paixão Se fingindo de donzela! _ Não sei mais em quem confiar ... Já não se fazem absorventes como antigamente! Raquel Amarante (2005)

Mais fácil entender de Cardiologia, que de coração. Raquel Amarante *2007

Novo homem? parece-me igual. Que tal o atestado de óbito do antigo! Raquel Amarante

Poesias desenham os momentos que vêm e vão... Mas sabe quem escreve que momentos morrem poesias não. Raquel Amarante

Não sei se o amanhã virá Não sei se ontem foi o dia Não sei se a lua me trará Aquele que eu amei um dia Não se é apenas o começo Não sei se já estou no fim Não sei por isso eu deixo O tempo resolver pra mim Não sei se estou errada Não sei ainda o que é certo Sei que estou apaixonada mesmo com o coração deserto Não sei o que será de mim Não sei o que há adiante Não sei se deve ser assim... A dúvida em mim é constante Raquel Amarante *2004

Eu tenho talento para amar. Ele tá lento para amar. Raquel Amarante *2004